Arte de Don Mueck – Esquizofrênico
A esquisofrenia hoje em dia é encarada não como uma doença única, mas sim como um grupo de patologias, atingindo todas as classes sociais e grupos humanos.
A sua prevalência atinge 1% da população mundial, manifestando-se habitualmente entre os 15 e os 25 anos, nos homens e nas mulheres, podendo igualmente ocorrer na infância ou na meia-idade.
Sendo uma doença funcional do cérebro, que dificulta o discernimento entre o mundo real e imaginário.
Os sintomas se desencadeiam de formas diferentes em cada pessoa, as vezes acontece de forma gradual, ou isntantânea, de repente.
Por esse motivo os especialistas separam os sintomas em duas denominações: sintomas positivos e sintomas negativos.
Os sintomas da esquisofrenia são:
Sintomas positivos: Geralmente são perceptíveis na fase aguda da doença.Se apresenta na forma de pensamentos ilusionários não partilhadas em grupo, sendo mais frequente as alucinações auditivo-visuais.
O pensamento e discurso passam a ser desorganizados, o doente passa a elaborar frases sem qualquer sentido ou inventar palavras.
Alterações do comportamento, ansiedade, impulsos, agressividade, também são sinais dos sintomas da esquizofrenia.
Sintomas negativos:São o resultado da perda ou diminuição das capacidades mentais, ”acompanham a evolução da doença e refletem um estado deficitário ao nível da motivação, das emoções, do discurso, do pensamento e das relações interpessoais”, como a falta de vontade ou de iniciativa; isolamento social; apatia; indiferença emocional; pobreza do pensamento.
Estes sinais não se manifestam todos no indivíduo esquizofrénico. Algumas pessoas vêem-se mais afetadas do que outras, podendo muitas vezes ser incompatível com uma vida normal.
A doença pode aparecer e desaparecer em ciclos de recidivas e remissões.
O que causa a esquizofrenia?
Ainda não se sabe a causa da esquizofrenia, porém existem algumas teorias que nos ajudam a entender como a doença se origina e funciona no cérebro humano.
Genética
Sabe-se que a probabilidade de um indivíduo vir a sofrer de esquizofrenia aumenta 12% se houver um caso desta doença na família, porém, sabe-se ainda que cerca de 81% dos doentes com esquizofrenia não têm qualquer familiar em primeiro grau atingido pela doença e cerca de 91% não têm sequer um familiar afetado.
Neurobiologia
A questão da esquizofrenia poder ter causa neurobiológica, e essa teoria se sustenta a partir da ação da maioria dos neurolépticos (antipsicóticos), que actua precisamente nos receptores da dopamina no cérebro, reduzindo a produção endógena deste neurotransmissor.
A maioria dos fármacos utilizados no tratamento da esquizofrenia (neurolépticos) atuam através do bloqueio dos receptores (D2) da dopamina.
Neurotransmissores
Essa teoria sugere que têm-se um excesso de dopamina na via mesolímbica e falta de dopamina na via mesocortical.
Psicanálise
A Psicanálise se apóia na teoria freudiana, da relação fria e desinteressada entre mãe e bebê.A ausência de relações interpessoais satisfatórias estaria assim na origem da esquizofrenia.
Não se trata da ação possessiva e dominadora entre mães e filhos, como era sugerido na década de 1950, causadora principal das neuroses, ou comportamentos neuróticos, e não psicóticos como no caso da esquizofrenia.
Diagnóstico
Como até o presente momento não existem marcadores biológicos próprios dessa doença nem exames complementares específicos, embora existam evidências de alterações da anatomia cerebral demonstráveis em exames de neuro-imagem e de metabolismo cerebral sofisticados como a tomografia computadorizada, a ressonância magnética, entre outros, o médico avalia a vida do paciente através de uma entrevista com a sua família.
O médico também deverá tentar identificar qual é o subtipo clínico que o paciente apresenta.
Essa diferenciação se baseia nos sintomas que predominam em cada pessoa e na evolução da doença que é variada conforme o subtipo específico.
Por exemplo :
Alguns pacientes desenvolvem o predomínio de delírios e alucinações, sintoma chamado de paranóide.
Em outros pacientes o predomínio é de alterações da afetividade e desorganização do pensamento.
Existem ainda os subtipos simples que implicam na diminuição da vontade e afetividade, empobrecimento do pensamento, isolamento social, ou ainda o residual que é o estágio crônico da doença com muita deterioração e pouca sintomatologia produtiva.
Tratamento
Os pacientes devidamente diagnosticados pelos médicos com esquizofrenia são medicados com antipsicóticos ou neuropléticos.
Estes medicametos atuam diminuindo os sintomas (alucinações e delírios), procurando reestabelecer o contato do paciente com a realidade; entretanto, não reestabelecem completamente o paciente.
As medicações antipsicóticas controlam as crises e ajudam a evitar uma evolução mais desfavorável da doença. Em geral, as drogas antipsicóticas apresentam efeitos colaterais que podem ser bem controlados.
Fonte: ABC da Saúde
Excelente matéria, bem esclarecedora, parabéns, muito boa mesmo.
Abraços forte
Uma amiga minha que é especialista em saúde mental, já tinha me esclarecido sobre a esquizofrenia, é importante divulgar e esclarecer.
Parabéns pelo artigo
Abraço