A onda de pais super protetores está invadindo cada vez mais as cidades brasileiras. Observou-se um grande número de super protetores em regiões em desenvolvimento, onde a classe C começa a ser tratada pelas indústrias, como potenciais consumidores. Estes, se dedicam mais aos estudos dos filhos, pagam caro por cursos e escolas renomadas, e consomem todo tipo de produto que possa lhes atribuir algum status social, incluindo aulas particulares e, a prática de esportes com regras determinadas e objetivas.
Observando este comportamento típico, especialistas que se preocupam com as consequências que podem ser geradas para estas crianças, estão criando cada vez mais livros e documentários específicos, que auxiliam os pais excessivos. Esta epidemia tem origem em vários países como Canadá, Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos, onde o poder aquisitivo é maior que no Brasil.
Como são os pais super protetores
Não é muito difícil identificar pais super protetores, se não somos nós mesmos, a vizinhança concentra um número considerável destes. Observe algumas características comuns entre os super protetores em relação a seus filhos:
- Terminam suas frases;
- Atendem antes que se expressem (geralmente a criança não precisa pedir para ser atendida, basta que aponte);
- Não permitem que a criança experimente brincadeiras e estímulos comuns a sua idade, com medo que se machuquem;
- Atendem imediatamente quando choram ou demonstram aborrecimento;
- Preferem que cresçam isoladas para evitar contendas, ou por que considera o próprio filho superior;
- Possuem uma visão competitiva entre as habilidades de seus filhos e os filhos dos outros.
Como os pais podem evitar a super proteção
Brincadeiras
Pais que desejam evitar a super proteção devem começar mudando seus hábitos em relação às brincadeiras de seus filhos. Brincadeiras controladas como futebol e jogos com regras pré estabelecidas, inibem o desenvolvimento prático, criativo e emocional das crianças. Os pais não devem impedir que seus filhos brinquem de luta, ou que formulem um jogo sem regras com as crianças do bairro. A princípio tendemos a impedir que nossos filhos rolem no chão com outras crianças, por que pensamos: “Podem se machucar!” ,ou , “Quanta violência!”. Mas na verdade, quando brincam desta maneira, estão exercitando a criatividade e o raciocínio prático.
Este tipo de brincadeira poderá favorecer com que tomem decisões, sejam criativos e emocionalmente controlados, principalmente ao se tornarem adultos.
Status
Outra forma de evitar a super proteção, é ter a consciência de que filhos não são objetos a serem exibidos, portanto evitem o estímulo desnecessário como:
- Aulas particulares para crianças com bom desempenho escolar;
- Excesso de objetos, roupas, brinquedos, sapatos e bugigangas que conferem status social;
- Festas e comemorações exageradas, que conferem um alto poder aquisitivo e pode colocar a criança em um nível superior ao das outras crianças de forma intencional e competitiva;
- Inibir o convívio social dos filhos com crianças do bairro, por medo que se machuquem;
- Realizar seus deveres domésticos e higiene pessoal, estimulando sua autonomia e responsabilidade.
Escolas públicas e particulares podem oferecer níveis intelectuais equivalentes.Pais de classe média estão colocando seus filhos em escolas particulares por que acreditam que estão preparando seus filhos de maneira superior e competitiva para o mercado de trabalho, mas o nível de inteligência de uma criança, não poderá ser medido desta forma.
Crianças de escolas públicas podem apresentar desenvolvimento equivalente ou superior ao de crianças que passaram por escolas particulares, isto por que, podem ser mais criativas, precisam ser mais esforçadas, dedicadas, e, apresentam comportamento menos arrogante e convencido diante de entrevistas de emprego.
As crianças de escolas públicas dão mais valor às oportunidades, e este esforço deverá ser compensado.
Consequências da super proteção
Filhos super protegidos são:
- Manhosos: Pedem tudo chorando, sempre chamam os pais, e não aceitam NÃO.
- Medrosos: Não experimentam brincadeiras novas, estão sempre ao lado da mãe ou do responsável.
- Dependentes: Não possuem autonomia para tomar banho, se alimentar ou dormir.
- Impacientes: Gritam e se desesperam quando não são atendidos.
- Inseguros: Não se arriscam com medo do fracasso.
Quando adultos poderão apresentar problemas e dificuldades relacionadas a:
- Socialização: A não socialização os impedem de trabalhar em equipe.
- Individualismo: Lhes confere a sensação de atingir somente interesses próprios, se consideram especiais.
- Excesso de confiança: Os faz acreditar que podem tratar seus superiores com igualdade.
- Medo: Por terem sido criados sob muitas expectativas, sentem medo de fracassar.
- Responsabilidade: Acreditam que todos devem servi-los, (bancos, lojas, a comunidade…) por que no final tudo se resolve, ou alguém resolve para eles, assim, se tornam irresponsáveis.
Todos temos medo e preocupação com nossos filhos, é um instinto natural, assim como deve ser natural oferecer a eles ferramentas para que possam se tornar responsáveis, esforçados e confiantes.Não podemos esperar que seus chefes, gerentes de banco ou a sociedade em geral, os trate com preferência e superioridade, só porque o fazemos como pais deles.
Se desejamos o seu bem, devemos prepará-los ao invés de nos tornarmos super protetores.