A maternidade no Brasil e no mundo

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Estive pesquisando sobre a gravidez em sites internacionais, e acabei percebendo que há uma grande diferença no modo como nós, mães brasileiras, cuidamos de nossos bebês e as mães de outros países o fazem. Por isso decidi criar este artigo, para que possamos ter um comparativo interessante e inspirador sobre a maternidade no Brasil e no mundo.

A maternidade no Brasil

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As mães brasileiras prezam o status social

Somente agora a classe C brasileira está tendo acesso a alguns tipos de conforto, e é natural que desejem transmitir aos filhos aquilo que sonhavam ter para eles quando crianças e não puderam. Mas este tipo de atitude só demonstra que sofremos de “imaturidade financeira”. As mães dos países mais desenvolvidos apresentam um comportamento mais maduro e consciente.

Apesar do aspecto cultural de cada país, que é muito interessante, percebi que muitas das mães estrangeiras, com boas condições financeiras, optam por soluções simples e econômicas, baseadas  em conceitos de preservação à natureza e consciência global, o que é muito raro aqui no Brasil. Aliás, se uma mãe por aqui decide que usará fralda de pano em seu bebê para preservar a natureza, é logo discriminada e apontada na rua! Será que o Brasil emergente um dia irá mudar? Nos Estados Unidos e Japão por exemplo, onde a maioria das pessoas apresenta renda estável, as fraldas de pano e as calças plásticas são vendidas amplamente. A modelo Gisele Bündchen aderiu ao uso de fraldas de pano e, por vezes, fralda nenhuma, o que foi um espanto para nós brasileiros, pois não estamos abertos a estes conceitos de conscientização, pelo contrário.

Uma prova concreta de que ainda somos um país “imaturo”, são as festas de aniversário tradicionais.  Aqui no Brasil, as mães preparam as festas infantis para se tornarem comemorações fantásticas, com mais de 100 convidados recebidos em buffets grandiosos. E não importa que o bebê de 1 aninho não se divirta, ou nem se lembre deste dia, desde que a vizinha morra de inveja está tudo bem!

No exterior as festinhas ainda são feitas em casa, para pessoas íntimas da família e poucos convidados, prezando a privacidade e o conforto do bebê. Talvez a próxima geração brasileira se apresente mais madura sobre as questões financeiras e passe a priorizar o que realmente importa para nossos filhos.

Já em relação ao parto, no Brasil sabemos que as mulheres sofrem diversos tipos de violência. Os juízes do estado de São Paulo vem trabalhando firmemente nesta questão, por que trata-se de um momento em que as mulheres estão extremamente vulneráveis e incapazes de se defenderem. Que este trabalho sirva de exemplo para outros estados do país, a violência no parto gera traumas irreparáveis para as mães de família.

Como são as mães do Japão

Para falar sobre como são as mães do Japão, irei me basear no depoimento de uma americana, Megan, que tem um blog no qual conta detalhes de sua vida, e,  Chikako Chan, um bebê japonês recém nascido que teve seu nascimento narrado na página de um site. A primeira curiosidade que se nota, é que no Japão não são os obstetras que realizam o parto, mas sim as parteiras. Elas trabalham lado a lado com os médicos nos hospitais, e são igualmente respeitadas. Em casos de necessidade ou risco, os médicos podem atuar com o auxílio de enfermeiros.

Lá, eles consideram o primeiro banho do bebê, o mais importante, pois trata-se do banho da purificação, e mais tarde ele deverá ser protegido da luz do sol. É comum entre os japoneses, os bebês dormirem com os pais, eles não se espantam quando não vêem um berço na casa de um recém nascido, e também aconselham que o bebê tome banho junto à mãe ou pai, logo no primeiro mês de vida. Os carrinhos de bebê e as cadeirinhas de carro, raramente são vistas por lá, eles costumam carregar seus filhos amarrados ao corpo quase que a maior parte do tempo.

É claro que devemos levar em  consideração que, no Japão as pessoas usam menos carros, e o número de acidentes é bastante reduzido por ser um país de primeiro mundo, mas os carrinhos de bebê aqui no Brasil, são sinônimos de status, e motivo de comparação e até disputa entre vizinhos.

A maternidade na Holanda

Na Holanda, onde o desenvolvimento chegou a ser um dos maiores dos últimos anos, as mães dispensam luxos e utensílios em quantidades absurdas, como sugerem as listas maternidade aqui no Brasil. É certo que o país também foi afetado pela crise européia, mas a cultura local já não era de tratar os bebês como princepezinhos. No blog que eu encontrei esta mãe holandesa Tessa W, pude perceber que, ao morar nos Estados Unidos, que é um país consumista, ela acabou exagerando na compra de utensílios da lista de bebê, que só mais tarde, já grávida do terceiro filho e com mais experiência, teve consciência de tais futilidades.

A primeira dica que ela dá às mães que visitam o seu blog é em relação a amamentação do bebê. Ela afirma que nem sempre as bombinhas de tirar leite são necessárias e que alguns utensílios destas listas, jamais foram usados. Ela resume as necessidades do bebê em três fases: comer, dormir e sujar as fraldas. Se você tem tudo o que precisa para se virar em relação a isto está salva!

Mães americanas são consumistas

As mães americanas são consumistas e costumam encherem-se de livros, roupas, e acessórios dispensáveis. Em algumas ocasiões, a maternidade pode ser um acontecimento. Embora por lá as festas de aniversário ainda sejam comuns em casa, ao invés dos salões de festas cada vez mais utilizados aqui, os filhos dos americanos também são tratados como reizinhos até determinada idade por algumas mães. Não são todas, mas há aquelas que se superam e chegam a gastar até 20 mil reais em festas de aniversários. Lá estes tipos de gastos podem ser facilmente parcelados.

Entre as gestantes o plano de parto é um costume que determina até mesmo procedimentos médicos, como o tipo de parto, medicamentos e outros. Mesmo tendo consciência de que em momentos críticos o médico deverá tomar todas as medidas  necessárias, que certamente não estão descritas no plano, a maioria insiste em criar um plano que cite os métodos aos quais gostaria de ser submetida.  Esse é o jeito controlador americano de ser.

A meu ver o plano de parto é importante para a mãe se sentir mais tranquila e preparada para resolver imprevistos, e solucionar problemas de maneira prática como, ter um pediatra, ginecologista ou simplesmente saber a quem recorrer em situações críticas.

Mães indianas preferem filhos homens

Na Índia, a preferência é por filhos homens. No terceiro trimestre da gestação eles realizam pinturas com rena sobre a barriga da mãe para garantir proteção contra demônios e saúde para o bebê, mas algumas gestantes recorrem também a feiticeiros para pedir-lhes que ao darem a luz, seja um menino. De modo geral, filhos homens são mais afortunados segundo a tradição dos indianos, eles são mais bem tratados,  não sofrem abusos, casamentos forçados ou violência sexual.

A questão toda gira em torno do dinheiro. Afinal as famílias que oferecem as filhas em casamento precisam oferecer dotes, e é muito comum observar famílias com mais de 5 delas, já que passam os anos tentando engravidar de meninos.

Observem que os países mais pobres, como Índia e Brasil, são aqueles que mais se importam em cultivar os costumes sociais, não importando o quão ignorantes e ultrapassados estes costumes sejam.

Mães alemãs são conscientemente exigentes

Uma vez uma amiga que conheci através da internet postou no facebook o link de um blog com um texto que relatava a experiencia de uma mãe brasileira vivendo na Alemanha. Lá as escolas mantém regras rígidas, as festas de aniversários são realizadas em casa para um grupo pequeno de amigos, elas não possuem empregadas domésticas e portanto cuidam da própria arrumação, limpeza e refeição diária. Sim, muitas trabalham, mas contam com a ajuda do marido e filhos mais velhos para manter a casa limpa.

As mães da Alemanha também demonstram não se  importarem em colocar o filho para estudar em colégios caros, elas preferem que seus filhos mantenham amizades com pessoas menos esnobes. Lá, o dinheiro não é sinônimo de status social para muitas pessoas, principalmente entre aquelas  que o possuem. Já, aqui no Brasil, as mães se esforçam para pagar colégios particulares ao invés de exigir escolas melhores. Na verdade nós temos o direito de nos orgulharmos de nossas escolas, principalmente se levarmos em consideração o fato do Brasil ser o país que mais arrecada impostos dos pobres no mundo.

Como eu pude observar, cada país cultiva aspectos da tradição cultural que lhes foi transmitida de geração em geração, mas que podem ser aperfeiçoadas.  Nós podemos aprender observando seus modos, erros e acertos, e nos inspirar para nos tornarmos mães cada vez melhores, priorizando o cuidado e o bem estar de nossos filhos.

Teka

Redatora e ilustradora de conteúdo para sites na internet. Curiosa, pesquisadora e investigativa. Tinha o sonho de se tornar astronauta. Acredita que um dia encontrará a "arca da aliança" e trocará informações com civilizações avançadas de outros planetas. Casada há 20 anos, mãe de 3 filhos, compartilhando experiências.

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